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Centrão, de moderador da Constituinte a fiador do poder

O Centrão: sempre no centro do poder, independentemente de quem governa

Centrão, de moderador da Constituinte a fiador do poder

Como um grupo que nasceu para moderar os rumos da Constituição se tornou o coração do Congresso Nacional — e o maior fiador de qualquer governo

O termo Centrão surgiu em 1987, durante os debates da Assembleia Nacional Constituinte. Naquela época, ele designava um grupo de parlamentares conservadores e moderados, que buscavam conter avanços considerados progressistas no novo texto constitucional. O bloco era composto por partidos como PFL, PDS, PTB e setores do PMDB.

Era um Centrão ideológico. Tinha cara, tinha discurso. Atuava com projeto.

De bloco de ideias a engrenagem de poder

Ao longo das últimas décadas, esse perfil mudou radicalmente. O Centrão de hoje não se organiza por afinidade ideológica, mas sim por interesse em cargos, emendas e controle de orçamento. Ele apoia o governo que estiver no poder — desde que haja retorno.

É o que ficou evidente mais uma vez em 2025, com a eleição do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados. Jovem, técnico e discreto, Motta representa a nova estética do Centrão: menos retórica, mais articulação. Ele não precisa discursar. Ele distribui.

Sob sua liderança, o bloco segue controlando a pauta da Câmara, as comissões mais estratégicas e, claro, a liberação das emendas parlamentares que irrigam as bases eleitorais dos deputados.

O Centrão está sempre no governo — mesmo quando não está

É essa a principal característica do Centrão contemporâneo: está com o governo, mas não é do governo. Governos mudam. O Centrão permanece. Esteve com Lula, esteve com Bolsonaro, com Temer, com Dilma, com FHC. Sempre na base, mas nunca comprometido com um projeto de país — apenas com sua própria estrutura de poder.

O que começou como uma frente política para modular a Constituição, se transformou em uma engrenagem silenciosa, mas vital. O Centrão é o núcleo operacional do Congresso. Com ele, o governo anda. Sem ele, trava.

Por que entender o Centrão é entender o Brasil

A compreensão do que é o Centrão e de como ele atua é essencial para entender os bastidores do poder no Brasil. Não é exagero dizer que, hoje, o Centrão governa junto — mas sob seus próprios termos.

Ele não disputa o protagonismo público. Mas está nos bastidores de tudo. É, ao mesmo tempo, base e condição.

O Centrão continua sendo o centro — mas agora, o centro do poder.

Especialista em marketing político e organização partidária, Elias faz análises e discute o cenário político atual Natural de São Paulo, o cientista político Elias Tavares, 38 anos, tem se consolidado como um dos principais nomes na área de análise política, gerando debates fundamentais sobre o cenário político nacional e local. Além de comentarista, Elias também atua com marketing político e organização partidária, ajudando a moldar a imagem pública e a mensagem das campanhas. “A comunicação é a peça chave para conquistar a confiança do eleitorado. Cada detalhe conta, desde o discurso até a forma como ele é transmitido,” afirma. Com uma carreira marcada por análises especializadas em dinâmicas eleitorais, Elias aplica seu conhecimento tanto na teoria quanto na prática. Ele se destaca pela habilidade de criar estratégias eficazes para candidatos e partidos, garantindo que suas mensagens alcancem o público-alvo. Atualmente, o principal foco do especialista são as eleições municipais, que vão eleger prefeitos e vereadores. “As eleições municipais impactam o cotidiano dos cidadãos. É essencial que os eleitores estejam bem informados sobre as propostas e a trajetória dos candidatos,” ressalta Tavares. Sua atuação não se restringe ao período eleitoral. Elias já atuou na campanha de políticos eleitos, além de participar de seminários e conferências como palestrante. “Estamos vivendo um momento de grande transformação política. É fundamental que todos estejamos engajados e informados sobre o que está acontecendo ao nosso redor,” conclui.

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