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Como o Algoritmo Mudou a Política: O Brasil Refém do Engajamento

Você já reparou como tudo virou uma disputa política — até nos comentários de uma fofoca sobre futebol? Isso não é coincidência. É algoritmo. E ele mudou a forma como se faz política no Brasil.

O fim do debate e o início da guerra digital

Hoje, a política não acontece mais só nas urnas, nas ruas ou nos plenários. A arena principal está nas redes sociais — onde os algoritmos não premiam boas ideias, e sim o conflito.

A polarização entre lulismo e bolsonarismo domina o debate. Não porque esses extremos representam a maioria dos brasileiros, mas porque falam a língua da internet: raiva, emoção, engajamento.

Por que a terceira via não consegue existir?

O centro político, aquele eleitor moderado, que quer equilíbrio e soluções práticas, não encontra espaço. Ele não viraliza. Ele não gera cliques. E, por isso, o algoritmo não entrega sua mensagem para ninguém.

É como se ele estivesse falando sozinho, enquanto os extremos berram em megafones digitais.

Quando tudo virou política — até o que não é

Uma matéria no Instagram sobre a venda de um jogador? Os comentários logo se dividem entre “bolsonaristas” e “esquerdistas”.
Um meme? Uma briga.
Uma notícia trivial? Um confronto ideológico.

Estamos presos em um looping: tudo vira política, mas nada vira projeto de país.

Obama, 2008 e o início de tudo

Essa transformação começou lá atrás. Em 2008, Barack Obama usou o Twitter para mobilizar eleitores. Foi a primeira campanha presidencial digital de fato.
No Brasil, a onda veio rápido. E virou tsunami.

Hoje, campanhas gastam fortunas em impulsionamento digital. A internet virou o novo palanque — mas também o novo campo de batalha.

O algoritmo mata a complexidade

O algoritmo quer engajamento. E engajamento vem da indignação, do ataque, da paixão cega.

Ele não recompensa moderação. Não valoriza diálogo.
O algoritmo mata o meio-termo. Mata a complexidade.

O desafio de 2026: resgatar o centro político

Enquanto os extremos gritam, a maioria silenciosa assiste sem saber onde se encaixa.
Esse centro precisa ser ouvido.
Mas, para isso, vamos ter que reinventar a forma de comunicar política — fora da lógica perversa do algoritmo.

A política mudou. E a gente precisa mudar também.

Se continuarmos deixando que o algoritmo decida o que é relevante, o debate político seguirá empobrecido.
Sem projeto de nação. Sem planos de longo prazo.
Apenas mais gritos em telas.

É hora de resgatar o debate. E isso começa entendendo o que (ou quem) está controlando a conversa.


Por Elias Tavares – Cientista político e comentarista na Jovem Pan News, Correio Braziliense e outros veículos.

Especialista em marketing político e organização partidária, Elias faz análises e discute o cenário político atual Natural de São Paulo, o cientista político Elias Tavares, 38 anos, tem se consolidado como um dos principais nomes na área de análise política, gerando debates fundamentais sobre o cenário político nacional e local. Além de comentarista, Elias também atua com marketing político e organização partidária, ajudando a moldar a imagem pública e a mensagem das campanhas. “A comunicação é a peça chave para conquistar a confiança do eleitorado. Cada detalhe conta, desde o discurso até a forma como ele é transmitido,” afirma. Com uma carreira marcada por análises especializadas em dinâmicas eleitorais, Elias aplica seu conhecimento tanto na teoria quanto na prática. Ele se destaca pela habilidade de criar estratégias eficazes para candidatos e partidos, garantindo que suas mensagens alcancem o público-alvo. Atualmente, o principal foco do especialista são as eleições municipais, que vão eleger prefeitos e vereadores. “As eleições municipais impactam o cotidiano dos cidadãos. É essencial que os eleitores estejam bem informados sobre as propostas e a trajetória dos candidatos,” ressalta Tavares. Sua atuação não se restringe ao período eleitoral. Elias já atuou na campanha de políticos eleitos, além de participar de seminários e conferências como palestrante. “Estamos vivendo um momento de grande transformação política. É fundamental que todos estejamos engajados e informados sobre o que está acontecendo ao nosso redor,” conclui.

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