Não Há Espaço para Marçal e Nunes no Mesmo Segundo Turno
Ao observar o histórico das eleições municipais de São Paulo desde 2000, fica claro para mim que é improvável que tanto Pablo Marçal (PRTB) quanto Ricardo Nunes (MDB) disputem o segundo turno juntos nas eleições de 2024. A cidade de São Paulo sempre teve um segundo turno polarizado entre uma candidatura de esquerda e outra de direita. Essa lógica tem se mantido ao longo das últimas duas décadas, e acredito que este ano não será diferente.
Desde 2000, ou o PT ou o PSOL têm garantido presença no segundo turno. Mesmo em 2016, quando João Doria (PSDB) venceu no primeiro turno, a esquerda estava representada por Fernando Haddad (PT), que ficou em segundo lugar. Esse padrão de polarização é constante, e dificilmente será quebrado em 2024.
Um exemplo interessante ocorreu em 2000, quando Paulo Maluf (PPB) e Geraldo Alckmin (PSDB) disputaram de forma acirrada a segunda vaga no segundo turno. Maluf acabou avançando para enfrentar Marta Suplicy (PT), confirmando mais uma vez essa divisão entre esquerda e direita.
Com base nas pesquisas mais recentes, acredito que Guilherme Boulos (PSOL) tem uma trajetória consolidada para o segundo turno. A não ser que algo muito improvável ocorra — algo que não aconteceu nos últimos 20 anos —, Boulos deve garantir sua vaga.
O grande embate, portanto, se dará entre Marçal e Nunes pelo espaço à direita, mas é improvável que ambos consigam avançar. Historicamente, São Paulo não abre espaço para duas candidaturas de direita no segundo turno.
Em termos de surpresas, Tabata Amaral (PSB) poderia ser um fator de mudança, mas seu crescimento nas pesquisas ainda não foi suficiente para ameaçar o cenário polarizado que se desenha.