Quociente Eleitoral pode atrapalhar Pablo Marçal de eleger vereadores
À medida que as eleições de 2024 se aproximam, venho analisando o cenário político de São Paulo, e uma das principais figuras que tem se destacado é Pablo Marçal. Com uma campanha bem articulada e grande apelo popular, Marçal tem tudo para conquistar uma expressiva quantidade de votos de legenda. No entanto, o principal desafio que vejo para ele não está na campanha em si, mas na falta de candidatos fortes em sua chapa para a Câmara Municipal.
O PRTB, partido de Marçal, não elegeu nenhum vereador nas eleições de 2020, e muitos dos nomes que poderiam garantir uma cadeira pelo quociente eleitoral agora estão em outros partidos. Edson Salomão, por exemplo, que em 2020 obteve 20.309 votos pelo PRTB, agora está no PL, disputando uma cadeira em um cenário mais competitivo. Outro exemplo é Bruno Zambelli, que, ao sair do PRTB, surfou bem na onda do PL e foi eleito deputado estadual em 2022 com 235.305 votos.
Uma curiosidade que encontrei durante minha pesquisa é que Clau de Luca, que também teve 5.793 votos em 2020, aparentemente não está concorrendo nas eleições de 2024. Se estivesse na chapa de Marçal, ela teria um bom potencial de capitalizar os votos de legenda.
Por outro lado, quem pode representar uma exceção nessa situação é o ex-vereador Sousa Santos, que, embora isolado de parte do apoio da Igreja Evangélica, tem experiência e potencial para atingir o número de votos necessários para garantir uma cadeira.
Os demais partidos também enfrentam desafios. MDB e UNIÃO BRASIL, que estão coligados com o prefeito Ricardo Nunes, precisarão de uma quantidade significativa de votos para manter suas bancadas. O PL também tem candidatos de peso, como Edson Salomão, mas a falta de uma candidatura própria à prefeitura enfraquece sua capacidade de mobilização.
Além disso, é importante lembrar que o PSDB, que já foi uma força dominante, agora corre o risco de eleger no máximo um vereador, refletindo sua queda na política paulistana.
Como funciona o Quociente Eleitoral?
Para quem não está familiarizado, o quociente eleitoral é o cálculo que define quantos votos um partido ou coligação precisa para eleger um vereador. Ele é obtido dividindo o total de votos válidos pelo número de cadeiras disponíveis na Câmara. Nas eleições de 2020, esse número foi de cerca de 90.909 votos por cadeira.
O quociente partidário, por sua vez, é obtido ao dividir o total de votos do partido pelo quociente eleitoral. Essa fórmula ajuda a determinar quantas cadeiras cada partido terá direito. Vale lembrar que esses números são baseados na última eleição e podem sofrer variações, dependendo da quantidade de votos válidos e candidaturas em 2024.
Conclusão
O maior desafio de Pablo Marçal será não apenas mobilizar seus eleitores, mas também transformar esses votos em cadeiras na Câmara Municipal. Sem uma chapa competitiva, ele corre o risco de ver uma grande quantidade de votos de legenda não se converter em representatividade. Ao mesmo tempo, partidos tradicionais como MDB, UNIÃO BRASIL, e PL também precisarão se esforçar para manter suas bancadas em um cenário cada vez mais competitivo e fragmentado. As eleições de 2024 prometem muitas surpresas, com a possível ascensão de novos nomes e uma renovação significativa na Câmara Municipal de São Paulo.